São Paulo, 20 de maio de 2022 – O termo “bootstrapping” é bastante comum no universo das startups, referindo-se a empresas que iniciam e expandem suas atividades através do autofinanciamento. Isso significa utilizar parte dos recursos para reinvestir no negócio de forma lucrativa e sustentável.
No Brasil, as startups receberam um total de US$ 9,4 bilhões em investimentos no ano passado, conforme levantamento da plataforma Distrito divulgado em janeiro de 2022. Esse número é 2,5 vezes maior do que o investido em 2020, e representa o maior valor desde o início do estudo, em 2011.
O levantamento também destacou o setor de fintechs como o que mais recebeu investimentos, com um total de US$ 3,7 bilhões captados em 176 rodadas de investimentos.
Sem contar com investimentos iniciais, a Foregon adotou um novo modelo de negócio em meados de 2016 e estruturou uma empresa autossuficiente, sem a necessidade de investimentos adicionais. Desde então, a empresa viu sua receita crescer 86 vezes, com um crescimento médio anual de mais de 144%. Segundo Gustavo Marquini, CEO da fintech, essa escolha foi direcionada para colocar o usuário no centro de todas as operações.
“Optamos por amadurecer nossa operação de forma sustentável. Primeiro, identificamos o que era sólido, o que funcionava com validação de mercado e o que precisava ser ajustado, incluindo a reestruturação de nossa infraestrutura tecnológica. Em 2017, nossa estratégia foi focada em manter o negócio em pé e buscar rentabilização, com o objetivo de atingir o ponto de equilíbrio. Em apenas onze meses, conseguimos alinhar nossas despesas com nossas receitas. A partir daí, ficou claro que nosso modelo de negócio era lucrativo”, explica Gustavo.
Oportunidade de expansão
Com base nessa abordagem, a fintech expandiu sua operação no ano seguinte, utilizando anúncios digitais (ADS) como forma de propaganda tradicional nos sites visitados pelos usuários. Esses anúncios proporcionaram estabilidade financeira à empresa, mas também impulsionaram novas estratégias.
“Percebemos que a escala em ADS era viável em uma perspectiva de curto prazo, mas não era o que buscávamos a longo prazo. Então, reestruturamos nossa abordagem novamente, focando mais em soluções, ou seja, na conversão de produtos financeiros, e experimentando outras frentes, como novos canais, por exemplo. Com isso, passamos a depender menos dos anúncios e fortalecemos nossa operação, proporcionando uma experiência ainda melhor para as pessoas que acessam nosso marketplace”, complementa Gustavo.
Durante a pandemia, o mercado enfrentou diversas incertezas econômicas, incluindo a redução de crédito. Nesse cenário, a Foregon continuou a se destacar ao manter seus serviços e soluções, apostando em uma gestão estruturada sem buscar crescimento agressivo, mas que se mantém acima da média do mercado a cada ano.
“Aproveitamos esse período para investir em cultura organizacional. Redesenhamos nossos valores e processos, incorporando rituais culturais e operacionais. Nossas decisões foram embasadas em um planejamento estratégico que nos guia para onde queremos estar nos próximos cinco anos. Estabelecemos metas claras e objetivos, com equipes focadas no negócio. Como resultado, temos crescido em média 144% ao ano nos últimos 6 anos, e no último ano superamos essa média de crescimento em nosso faturamento”, afirma Gustavo.
O CEO destaca que não descarta a possibilidade de investimentos, mas enfatiza que a expansão da empresa é muito mais confortável quando a casa está organizada e lucrativa.
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